As principais montadoras instaladas no Brasil — Toyota, Volkswagen, General Motors e Stellantis — enviaram uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestando preocupação com o futuro da indústria automotiva no país. O documento, assinado pelos presidentes das quatro companhias, destaca riscos que, segundo as empresas, podem comprometer investimentos e empregos no setor.
O texto ressalta que a indústria automotiva brasileira, presente desde a década de 1950, se consolidou como um dos maiores e mais diversificados parques mundiais de produção de veículos e autopeças. Atualmente, 26 fabricantes de veículos e 508 produtores de autopeças compõem uma cadeia produtiva que responde por 2,5% do PIB nacional e 20% do PIB da indústria de transformação, gerando cerca de 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos.
As montadoras informam que planejam investir R$ 180 bilhões nos próximos anos, sendo R$ 130 bilhões destinados ao desenvolvimento e produção de veículos e R$ 50 bilhões para o setor de autopeças.
No entanto, o grupo alerta que esse ciclo de investimentos estaria em risco caso seja aprovado incentivo à importação de veículos desmontados para montagem no Brasil. Segundo a carta, tal medida poderia reduzir a abrangência do processo produtivo nacional, impactando negativamente a geração de empregos, a balança comercial e a autonomia tecnológica da indústria.
O documento argumenta que a prática criaria desigualdade de condições na concorrência, ao privilegiar veículos importados em detrimento da produção local. As empresas afirmam que a medida poderia resultar em desemprego, aumento da dependência tecnológica e desequilíbrio da balança comercial.
Na conclusão, as montadoras reiteram o compromisso com o fortalecimento da indústria nacional e o desenvolvimento de veículos cada vez mais sustentáveis, destacando que os investimentos em andamento resultarão em novas fábricas, empregos e valor agregado para o país.
A carta foi assinada por Ciro Possobom (Volkswagen do Brasil), Evandro Maggio (Toyota do Brasil), Emanuelle Cappellano (Stellantis Automóveis do Brasil) e Santiago Chamorro (General Motors do Brasil).
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