BYD enviou nesta semana um comunicado por e-mail aos canais de imprensa no Brasil, no qual dispara duras críticas contra quatro das maiores montadoras atuantes no país — Toyota, Stellantis, Volkswagen e General Motors.
O texto, em tom de manifesto, acusa as rivais de tentarem frear a inovação e manter o consumidor brasileiro preso a veículos caros e defasados.
A polêmica surgiu após a divulgação de uma carta conjunta dessas montadoras ao Presidente da República, pedindo que o governo não reduza temporariamente os impostos para empresas que importam veículos em regime de montagem local. Para a BYD, a iniciativa não passa de uma tentativa desesperada de proteger modelos de negócio considerados ultrapassados.
“Agora, chega uma empresa chinesa que acelera fábrica, baixa preço e coloca carro elétrico na garagem da classe média, e os dinossauros surtam”, provocou a montadora em seu comunicado.
Segundo a empresa, a reação dos concorrentes revela um incômodo maior: a perda de protagonismo. “O incômodo das concorrentes não tem a ver com impostos, nem com montagem, nem com empregos. Tem a ver com o fato de que um novo player chegou oferecendo mais e cobrando menos”, diz o texto.
O que está em jogo
O embate gira em torno de uma redução temporária de impostos para veículos montados parcialmente no Brasil — prática já utilizada anteriormente por outras montadoras. A BYD argumenta que não faz sentido aplicar a mesma tributação sobre carros 100% importados e sobre modelos montados no país, que geram empregos e movimentam a cadeia logística.
A carta das quatro montadoras, segundo a BYD, dramatiza o cenário, citando risco de fechamento de fábricas e demissões em massa. A empresa, no entanto, classifica a postura como “chantagem emocional com verniz corporativo”.
A fábrica em Camaçari
A montadora chinesa também destacou que seu projeto industrial segue dentro do cronograma. Em menos de um ano e meio, já avança na primeira etapa da obra da fábrica em Camaçari (BA), no mesmo local onde outra gigante automotiva desistiu de produzir. Apenas o galpão de montagem final, segundo a empresa, já ultrapassa metade do tamanho da antiga estrutura completa.
No comunicado, a BYD usa uma metáfora para resumir o cenário: “Se os dinossauros estão gritando, é sinal de que o meteoro está funcionando.”
Até o momento desta publicação, as montadoras citadas pela BYD não se manifestaram.
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