Dois novos sedãs compactos lançados em um intervalo de menos de sete dias – primeiro o Chevrolet Prisma e, em seguida, o Hyundai HB20S – comprovam o grau de competitividade no setor e no segmento em particular. Agora são nada menos de 18 modelos na faixa entre R$ 26.000 e R$ 55.000, do básico ao mais completo. O novo Prisma, versão sedã do hatch Onix, vai de R$ 34.990 (LT, motor de 1 litro) até R$ 45.990 (LTZ, motor de 1,4 litro).

Novo Prisma Chevrolet

Sedãs compactos praticamente não existem na Europa, mas têm boa aceitação no Brasil, na América Latina e até nos EUA (no caso, baixa participação nas vendas totais). Em geral, colocar porta-malas saliente em carros pequenos é desafio em termos de estilo. No caso do lançamento da GM, a solução, bem interessante, passou por mudar as linhas do teto e disfarçar ao máximo a protuberância traseira, sem prejudicar o volume do porta-malas (500 litros). Algo como carroceria de 2,5 volumes, contra 3 volumes tradicionais, que a fábrica chama, inapropriadamente, de “sport sedan”.

Novo Prisma Chevrolet

Comprimento, em relação ao Onix, cresceu cerca de 9% para 4,275 m, ou 1,5 cm menos que o Fiat Grand Siena, por exemplo. Apenas 12 kg na massa total separam os dois Chevrolet compactos. Por isso, o desempenho é praticamente igual: sofrível com motor de 1.0/80 cv/9,8 kgf⋅m e bastante adequado, no caso do 1,4 l/106 cv/13,9 kgf⋅m. Sem dúvida, a engenharia conseguiu fazer um bom trabalho ao transformar um propulsor de projeto antigo, sem sofisticação mecânica, em unidade com bom fôlego e funcionamento suave. Pena que continue a sonegar dados de consumo de combustível, apesar do nome pomposo SPE/4 que lembra economia na própria sigla.

Novo Prisma Chevrolet - interior
Novo Prisma Chevrolet - interior
Novo Prisma Chevrolet - interior

Há bom espaço interno, inclusive no banco traseiro (cabeças sem raspar no teto), além de ótimo ângulo de abertura das portas. Desde a versão de entrada oferece direção com assistência hidráulica, vidros elétricos dianteiros, ajustes de volante (só em altura) e de altura do banco do motorista (apenas do assento), sensor de estacionamento, além de freios ABS e airbags frontais (obrigatórios por se tratar de novo projeto). Até meados do ano terá opção de câmbio automático. Versão de topo tem tela de toque de LCD opcional (R$ 1.300) com várias funções que permite instalar câmera de ré e navegação com GPS associada a um programa (BringGo) para celular inteligente ao custo de R$ 100.

Novo Prisma Chevrolet - interior

Prisma encerrou um ciclo de dez modelos e versões novos (incluindo mexicanos) da marca Chevrolet, em apenas 18 meses, sem paralelo no Brasil. Restaram intocados apenas Celta e Classic. Estratégia audaciosa, porém levará ao envelhecimento simultâneo de quase toda a linha nos ciclos normais de meia-vida (quatro anos) e de nova geração (sete anos). No entanto, a empresa assegura que previu esse cenário e administrará arranjos futuros.

Novo Prisma Chevrolet

Atual fase de investimento incluiu a nova fábrica para 200.000 motores/ano em Joinville (SC), inaugurada semana passada. De lá se esperam novas gerações de motores (fala-se em um 3-cilindros) e produção futura de câmbios automáticos mais voltada à exportação, quando a Europa se recuperar. Para os desafios de diminuição de consumo de combustível, do programa Inovar-Auto, até 2017 a empresa estaria assim, bem preparada.



RODA VIVA

ENTRE baixas no final do ano, em razão de normas de segurança (ABS e airbags), estará a picape Courier. Ford até cogitou de desenvolver a sucessora. Mas, em termos mundiais, se trata de mercado restrito: Brasil, América Latina e África do Sul. Empresa terá só produtos globais em todos os mercados e picape leve, derivada de carro, não se enquadra.

FIAT, ao contrário, aposta cada vez mais no mercado que ela mesmo criou no Brasil (no exterior já existia e depois minguou). Começou em 1978, ainda como picape 147. Atual Strada, além de líder do segmento, aparece entre 10 mais vendidos veículos leves. Não estranha que desenvolva cabine-dupla de três portas, com abertura para trás.

CITROËN DS4 é o mais equilibrado da linha “premium” da marca francesa, sem ousadia exagerada do DS3 ou dimensões avantajadas do DS5. Hatch de teto alto e quatro portas, maçanetas traseiras estão escondidas junto à terceira coluna. R$ 99.990 é puxado, mas lista de equipamentos compensa. Motor turbo 1,6/165 cv (projeto BMW) vai muito bem com câmbio automático 6-marchas (Aisin, japonês).



TECNOLOGIA, hoje, em rápida expansão, turbocompressor completou meio século de existência ano passado. Começo foi difícil: apenas 10.000 Oldsmobile Jetfire fabricados em 1962/63. Problemas técnicos tiraram o carro de linha. Voltou com o Porsche 911 Turbo, em 1974. Desde então a evolução foi grande e tendência de equipar maioria dos automóveis.

OBRIGAÇÃO relaxada por falta de fiscalização: faróis ligados no facho baixo, ao anoitecer, independentemente de circular em estradas. Na cidade, mesmo com boa iluminação pública, não podem ser esquecidos. Em túneis também há obrigação legal. Função dos faróis é dupla: ver e ser visto.
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fernando@calmon.jor.br e www.twitter.com/fernandocalmon

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